Economista de 52 anos, que propõe fechar o Banco Central e adotar dólar como moeda oficial, teve mais de 30% dos votos. Chapa governista ficou em terceiro. Votação final é em outubro.
O candidato oposicionista de extrema direita Javier Milei surpreendeu e foi o mais votado nas eleições primárias da Argentina, realizada neste domingo (13). A votação final ocorre em 22 de outubro.
Com 97,39% dos votos apurados, a chapa de Milei, A Liberdade Avança, tinha 30,04% dos votos.
A segunda chapa mais votada foi a do partido "Juntos pela Mudança", também de oposição, com 28,7% dos votos. Em outubro, ela será representada Patricia Bullrich, que teve 16,98% dos votos gerais.
A chapa governista, União Pela Pátria, ficou em terceiro com 27,27% dos votos, no pior desempenho do peronismo na história das prévias. O ministro da Economia, Sergio Massa, foi o mais votado da legenda (21,41%).
Milei: fechar o Banco Central e dolarizar a economia
Javier Milei, candidato presidencial da ultradireita, festeja liderança nas primárias na Argentina — Foto: Natacha Pisarenko / AP Photo
Economista ultraliberal e autodeclarado "anarcocapitalista", Javier Milei propõe dolarizar a economia e fechar o Banco Central. Ele é contra o aborto e considera as mudanças climáticas "uma farsa" da esquerda.
Admirador dos ex-presidentes Jair Bolsonaro (PL) e Donald Trump (Republicanos), ele une o voto dos indignados com os partidos tradicionais, principalmente entre os mais jovens. Seu grito de guerra é "Viva a Liberdade, caralho."
"Essa alternativa não só dará fim ao kirchnerismo, dará fim a toda a casta política ladra, parasitária e inútil que afunda este país", disse Milei, no domingo (13), após o fechamento das urnas.
Primárias
Mais de 35 milhões foram convocadas a participar das primárias na Argentina, um país atormentado por uma das taxas de inflação mais altas do mundo e aumento da criminalidade.
Além dos candidatos à presidência, as primárias definem quem serão os candidatos que vão disputar as 24 cadeiras no Senado e as 130 na Câmara dos Deputados, além dos candidatos a prefeito da Cidade de Buenos Aires e ao governo da província de mesmo nome, entre outras posições. O voto é obrigatório.